quinta-feira, 1 de julho de 2010

Parem o mundo! Eu quero descer...

Muitas vezes, em dias normais como outro qualquer, acabamos observando com mais atenção uma fala, um ato, algum episódio, até mesmo corriqueiro, que acontece em um lugar comum como tantos outros, e nos perguntamos o que está acontecendo com o mundo, com os costumes, com a educação...?

Não sei se você também partilha dessas indagações, mas sei que elas mexem comigo. Inquietam-me, indignam-me e muitas vezes fazem-me sentir perdida no mundo, ou talvez em mim mesma. No fundo, acho que a verdadeira indagação é: o que aconteceu com a família?

Pais que se agridem e que agridem os filhos, que por sua vez também agridem a qualquer um. Um ciclo vicioso de violência, falta de respeito, um NÃO ao manifesto do amor. E o que essas famílias ouvem? Músicas que para não fugir da “regra” também agridem. Agridem o homem, agridem a mulher, agridem uma sociedade que até parece gostar de ser agredida. E na TV? Sexo desordenado, pessoas vivendo o cio dos animais. Drogas consumidas como remédios contra a “breguice”. Os artistas vestem as roupas que ditam a moda, ou as tiram, ditando também a regra de um ser “moderno”.

Tiro, estupro, roubo, filha engravidando de pai, mãe jogando filho recém-nascido no vaso sanitário... não, agora não é mais da novela que eu estou falando. Agora falo dos noticiários que diferente das grandes produções onde os mocinhos são inabaláveis, retratam a sociedade completamente abalada, bombardeada por informações de todos os lados e sem a preocupação de escolher entre o certo e o errado, atrelando conceitos distorcidos para a grande antítese da vida: o bem e o mal.

Pergunto, possivelmente com medo de encontrar a resposta: o que podemos esperar daqui a algum tempo, nem tão longo, nem tão breve, um tempo necessário para a perpetuação, ou não, desse caos urbano. O que serão dessas meninas de 10, 11 anos (às vezes até menos) que se divertem exibindo o corpo com “musiquinhas” que exaltam a carne. Exaltam? É, acho que esse também é um conceito que vem se embaralhando nas linhas desse tecido mal costurado que ainda chamamos de sociedade. E os pais? Ainda serão assim chamados? Escola? Haveria “necessidade” de uma?

São perguntas que podem nos levar a respostas assustadoras se não pararmos agora, enquanto há tempo (será?) de mudar essa realidade, de reencontrar a dignidade tão ferida diante de tantos massacres sofridos (e causados) pela inércia social diante dos fatos.

2 comentários:

  1. Assino e concordo com cada palavra dita. E ainda digo mais: essa é a realidade para qual o tempo não favorece em absolutamente nada!!! Dar tempo ao tempo, observando por esta ótica, não é a solução. E o pior, creio em plena desordem, sem medidas que possam ser aplicadas para que o "normal" se reestabeleça T.T Triste.

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  2. Pri, estou encantada com a sutileza com que vc escreve. Na verdade, já sou conhecedora desse seu mérito, mas surpreende-me a tua clareza nas palavras e a elegância nas críticas. Parabéns! Compartilho e comungo de todas as suas idéias, ma suma em especial me chamou a atenção: "Drogas consumidas como remédios contra a “breguice”."
    Eis aí o grande mal dessa geração... A busca por acompanhar uma modernidade que na verdade é tão cheia de nada. De um grande e profundo vazio...

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